CORREIO ESPÍRITA | Gilberto Lepenisck
O cantor e compositor Almir Sater, ao ser perguntado no programa setarnejo da TV Cultural, em São Paulo, de como compôs a música Tocando em Frente, foi objetivo ao responder que só poderia se tratar de uma psicografia, dada as condições especiais de como foi concebida na casa de Renato Teixeira, antes do jantar.
Conta que ele havia chegado na casa do amigo e parceiro, um pouco antes, e que pegou um violão do filho do amigo – faltando uma corda – e começou a tocar, quando aos poucos uma melodia e letra começaram a tomar contornos de uma canção, numa velocidade pouco comum à natureza criativa de ambos. No momento, diz não ter percebido o seu conteúdo, porque logo foram chamados para o jantar.
Ao chegar em casa foi perguntado como foi o jantar e ele disse à esposa que havia sido muito legal e que até comporam juntos uma música muito interessante. Todos então ficaram curiosos e quiseram ouvi-la, coisa que o Almir Sater em seguida apresentou em primeira mão, visando a apreciação de seus familiares. Todos ficaram maravilhados pela beleza da música e da letra.
Após alguns dias, ele recebeu uma ligação da cantora Maria Bethânia, artista que ele conhecia apenas do cenário musical, mas que nunca havia tido qualquer tipo de contato com ela.
Conta que a cantora sem delongas lhe pediu uma música para então fazer parte do seu novo disco. Lisongeado pelo telefonema e pelo pedido da artista em gravar uma de suas composições, cantou de imediato pelo telefone a música Tocando em Frente. No final, a cantora muito impressionada com a qualidade e a beleza da música, pediu para gravá-la. Um pouco atrapalhado, disse a ela que o Renato Teixeira faria isso. Porém, Maria Bethânia do outro lado da linha não perdeu tempo e disse que a música seria gravada por ela.
O resto da história todos sabem, do grande sucesso que essa música fez na voz de Maria Bethânia, além da grande repercursão em todo Brasil.
Depois, é claro, não somente o Renato Teixeira gravou essa música, bem como outros intérpretes importantes da música setarneja.
Retomando ao seu depoimento no programa sertanejo da TV Cultura, a apresentadora perguntou-lhe, como haviam consiguido compor uma música tão bela e especial assim?
A resposta sincera e até certo ponto corajosa, tomou ares de expectativa quando, com naturalidade, respondeu com convicção que aquela música não podia ser uma composição deles, visto tratar-se de uma composição incomum à capacidade de realização da dupla.
A apresentadora do programa, querendo saber mais sobre a composição e a forma da concepção criativa, quis saber mais e o porquê de não julgá-lo capazes?
O cantor se comportando de modo simples e sem nenhuma afetação, disse que só poderia se tratar de uma psicografia.
É muito gratificante saber que um cantor da grandeza de Almir Sater, num canal de televisão aberta, reconheceu a posibilidade de ter sido o veículo mediúnico para que se materializasse uma mensagem de tamanha complexidade criativa. Porque de modo geral, quando o médium se coloca disponível ao intercâmbio, a produção é sempre ligeira e completa, não precisando de retoques.
Outra prova de que a espiritualidade organizou a produção, é considerar a repercursão que teve esse trabalho através da cantora Maria Bethânia, que sempre tem demonstrado ao longo de sua carreira a moderação com que se apresenta e a qualidade do seu repertório, além da sua identificação pública religiosa, em que procura manter viva sua fé inabalável em sua crença e devoção.
Embora o Espiritismo nos oriente sobre essa conexão, muitos ainda ignoram a intereferência dos Espíritos em nossa vida.
Ando devagar porque ja tive pressa/ E levo esse sorriso porque já chorei demais…/ Hoje me sinto mais forte/ Mais feliz quem sabe?/ Eu só levo a certeza do que muito pouco sei…/ Ou nada sei…/ Conhecer as manhas e as manhãs…/ O sabor das massas e das maçãs…/ É preciso amor pra poder pulsar…/ É preciso paz pra poder sorrir…/ É preciso a chuva para florir…/ Penso que cumprir a vida seja simplesmente/ Compreender a marcha e ir tocando em frente…/ Como um velho boiadeiro levando a boiada/ Eu vou tocando os dias pela longa estrada/ Eu vou… estrada eu sou…/ Conhecer as manhas e as manhãs…/ O sabor das massas e das maçãs…/ É preciso amor pra poder pulsar…/ É preciso paz pra poder sorrir…/ É preciso a chuva para florir…/ Todo o mundo ama um dia… todo o mundo chora…/ Um dia agente chega… o outro vai embora…/ Cada um de nós compõe a sua historia…/ E cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz…/ Conhecer as manhas e as manhãs…/ O sabor das massas e das maçãs…/ É preciso amor pra poder pulsar…/ É preciso paz pra poder sorrir…/ É preciso a chuva para florir…/ Ando devagar porque ja tive pressa/ E levo esse sorriso porque ja chorei demais…/ Cada um de nós compõe a sua história…/ E cada ser em si carrega o dom de ser capaz… de ser feliz…
Bela música sempre que ouço sinto uma paz muito grande